Assessoria interna e externa


Dependendo do tamanho da organização, do volume de trabalho, dos objetivos esperados com a assessoria de imprensa e da verba disponível, as instituições podem optar por um serviço de assessoria interno (dentro da organização e subordinada às regras da mesma) ou externo (agência terceirizada contrata pela empresa). Há, ainda, a possibilidade de a empresa possuir um departamento de comunicação interno e recorrer a uma agência terceirizada em ocasiões especiais, quando o fluxo de trabalho exigir.

Decidir entre ter uma assessoria de imprensa interna ou externa implica conhecer as características dos dois tipos de serviço. É necessário que o assessorado esteja consciente de que cada um dos dois modelos possui características diferentes. Além disso, um pode apresentar vantagens em relação ao outro, conforme a ocasião.

Entre os benefícios de se optar por uma assessoria interna, está o fato de o assessor conhecer melhor a instituição para a qual trabalha. Por estar diariamente envolvido com a empresa, o assessor acaba conhecendo características da mesma que não conheceria se estivesse fora. O conhecimento de peculiaridades da instituição pode ajudar no trabalho de AI. Outro aspecto é que, atuando internamente, o assessor tem mais condições de reconhecer informações que podem vir a ser aproveitadas como notícia. Outra vantagem é a maior relação e aproximação com os demais colegas. Este fato permite que as relações se permeiem com mais confiança e credibilidade. Mais um proveito de se optar pela AI interna é quanto à aproximação física com a chefia. Esta proximidade facilita o curso de informações e a rapidez nas respostas.

Quanto às vantagens de uma assessoria externa, está a diminuição nos gastos e a possibilidade de contratar serviços de assessores que, por atenderem também outras empresas, têm visão diferenciada do mercado. Torquato assegura que a organização que opta pela terceirização “ganha em profissionalismo, em flexibilidade e na compreensão mais sistêmica do meio ambiente.” (2002, p. 94). Para o autor, as empresas ganham também no aspecto da neutralidade. Isto porque, sendo externa, a AI atende todos os setores da empresa de maneira imparcial, já que não está subordinada a um departamento específico.

Chinem (2003) traz outra vantagem da AI externa: o distanciamento dos problemas rotineiros e das tarefas burocráticas. Viveiros e Eid consideram a terceirização dos serviços de AI uma tendência definitiva no Brasil. Eles argumentam que “o processo de terceirização da comunicação cresce muito no país, o que possibilita a contratação de empresas de alto nível para a realização destas tarefas tão fundamentais, com ganho em economia e qualidade.” (2007, p. 48). Eles analisam que “por maior que seja uma organização, dificilmente terá o know-how na área da comunicação que tem uma empresa especializada.” (Idem).

Cabe ao assessorado fazer uma análise de suas necessidades, de suas espectativas e de seu orçamento. Só assim poderá optar com mais segurança pelo trabalho de assessoria de imprensa interno ou externo. Cada instituição possui fluxos de trabalho específicos e, por conseqüência, demandas diferenciadas com relação ao serviço de comunicação. É indispensável que estas características sejam levadas em consideração, para não correr-se o risco de prejudicar o trabalho do assessor e de não obter os objetivos esperadas.
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REFERÊNCIAS

CHINEM, Rivaldo. Assessoria de imprensa: como fazer. São Paulo: Summus, 2003. 184 p.

EID, Marco Antonio; VIVEIROS, Ricardo. O signo da verdade: assessoria de imprensa feita por jornalistas. São Paulo: Summus, 2007. 158 p.

TORQUATO, Gaudêncio. Tratado de comunicação organizacional e política. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. 303 p.