Perfil do assessor


Para que o assessor de imprensa possa exercer sua profissão com competência, ele precisa levar em considerações certas exigências. Esses requisitos são esperadas no decorrer de sua atuação para que os objetivos estabelecidos pela organização sejam alcançados. Entre esses requisitos, Garcia (2004) cita que é necessário ter conhecimento, agilidade e flexibilidade, além de se adaptar facilmente às mudanças, se adequar às informações em tempo real e ter facilidade de trabalhar em equipe. Também é fundamental que ele tenha domínio das tecnologias e que conheça o funcionamento e peculiaridades dos diferentes veículos de comunicação.

Chinem salienta que todo jornalista que deseja prestar serviços como assessor de imprensa “deve dominar perfeitamente as normas relativas a essa atividade e ter um amplo conhecimento a respeito do jornalismo e da sociedade como um todo.” (2003, p.14). Isso implica ter consciência do seu dever e de suas responsabilidades perante a entidade em que atua e perante os cidadãos de maneira geral.

Lopes (2000) acredita que o assessor deve ser um “parceiro” da organização. O que denota que deverá conhecer a entidade para a qual presta atendimento, compreendendo sua missão, valores, princípios, objetivos e produtos (no caso de empresa privada). Na visão da autora, a relação entre assessor e assessorado deve ser de absoluta confiança, sob pena de prejudicar o trabalho.

O Manual de Assessoria de Imprensa da Fenaj estabelece que “nas relações assessorado-imprensa-cliente o que vale é a credibilidade baseada na ética.” (2007, p.09). Esclarece igualmente que o assessor deve ter capacidade de facilitar o acesso entre seu cliente e a mídia e orientá-lo sobre os assuntos que poderão ser de interesse para os jornalistas e os que não devem ser divulgados. Deve, ainda, atuar como um consultor, explicando as características da mídia e sugerindo alternativas compatíveis com as necessidades dos assessorados. Sobre o perfil do profissional é, do mesmo modo, instituído pela Fenaj que

O assessor de imprensa deve ter consciência de que sua credibilidade depende de um bom relacionamento com os jornalistas dos veículos de comunicação, pautando-se sempre pela transparência e por uma postura de colaboração. Essa atitude pode valorizar a informação que o assessor de imprensa está divulgando, podendo ampliar os espaços de mídia espontânea. (Idem).
Do surgimento da profissão de AI até a atualidade, o setor se desenvolveu, abrangendo vasta gama de responsabilidades. Garcia afirma que “[...] o assessor de imprensa passou de um bom redator de release para um executivo da informação.” (2004, p.30). A capacidade do assessor de se adequar às novas demandas é o que possibilitou essa transformação.

Já não cabe mais associar a comunicação organizacional simplesmente a técnicas como fazer jornais e boletins informativos. Como analisa Torquato “a comunicação está cada vez mais concentrada como um processo de integração entre a organização e a sociedade.” (2002, p.87). Ele defende que o assessor deve ajustar os interesses dos assessorados aos interesses sociais, estabelecendo estratégias compatíveis com as demandas.

Torquato relaciona os requisitos de um bom assessor:

O profissional precisa assumir a postura de um estrategista político, ser um articulador, juntar as partes da empresa, quebrar arestas, ter bom relacionamento com a imprensa, relacionar-se com o sistema político, conhecer as lideranças que influem na vida da empresa. Precisa saber gerenciar conflitos, trabalhar bem os climas interno e externo, saber fazer planejamento, dominar as áreas clássicas da comunicação e possuir a compreensão de que, sob seu comando, deve haver um grupo de operadores eficazes. (Idem, p.95).

Duarte (2003) compartilha a mesma opinião dos autores já citados. Em sua concepção, sempre haverá espaço para atividades técnicas, como envio de release, elaboração de jornais, edição de conteúdo em sites na internet, etc. Entretanto, as oportunidades para um assessor que opta por ser um gestor dos fluxos de comunicação, são bem maiores.

Mesmo com todas essas competências, o assessor precisa estar ciente de que não é possível garantir que seu release seja editado da maneira que mais interesse a seu assessorado. Na verdade, não é possível garantir nem que sua matéria vai ser de interesse dos jornalistas e virar notícia. Ao assessor cabe se empenhar para que seu cliente tenha a melhor divulgação possível na mídia. Entretanto, os veículos de comunicação são independentes e podem não se interessar pela sua sugestão de pauta.
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REFERÊNCIAS

DUARTE, Jorge. Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia: teoria e técnica. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2003. 411 p.

CHINEM, Rivaldo. Assessoria de imprensa: como fazer. São Paulo: Summus, 2003. 184 p.

GARCIA, Maria Tereza. A arte de se relacionar com a imprensa: como aprimorar o relacionamento com jornalistas e fortalecer a imagem de sua empresa. São Paulo: Novatec, 2004. 186 p.

TORQUATO, Gaudêncio. Tratado de comunicação organizacional e política. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. 303 p.

LOPES, Boanerges. O que é assessoria de imprensa. São Paulo: (Coleção Primeiros Passos) Brasiliense, 2003. 91 p.

Manual Nacional de Assessoria de Imprensa – Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ. Rio de Janeiro, 2007. Disponível na internet. URL: http:// www.fenaj.org.br. Acesso em 02 de abril de 2008.